DPE-PR lança plano de transformação digital com uso de inteligência artificial do Google 06/12/2024 - 18:19

Nesta sexta-feira (6), defensores(as) públicos(as) e servidores(as) da Defensoria Pública do Estado do Paraná (DPE-PR) utilizaram pela primeira vez as funcionalidades do Gemini, inteligência artificial do Google. Por 90 dias, o público interno realizará a prova de conceito da ferramenta com a aplicação na rotina de trabalho. O lançamento da inteligência artificial para as equipes da instituição ocorreu durante um grande evento em Curitiba, na Fundação de Estudos Sociais do Paraná (FESP). Durante o encontro, a Administração Superior e a Diretoria de Tecnologia e Inovação também apresentaram um plano de transformação digital da DPE-PR para os próximos anos.

“Hoje tivemos um marco, um primeiro passo no engajamento e incentivo para que todo mundo participe deste movimento de transformação digital, tornando a Defensoria Pública cada vez mais inovadora e eficiente, tanto interna quanto externamente”, afirma Matheus Munhoz, defensor público-geral. O uso do Gemini marca uma nova fase da parceria entre a DPE-PR e o Google. Desde agosto, a Defensoria Pública utiliza o Google Workspace, o ambiente digital de trabalho fornecido pela Big Tech. Agora, a inteligência artificial poderá ser aplicada aos recursos de planilha, videoconferência, documentos e outros já disponíveis. Após a experiência de uso durante os 90 dias, a DPE-PR determinará se o serviço será contratado.   

Para introduzir a comunidade interna à nova ferramenta, o evento recebeu a especialista do Google Rhina Wagner. Ela explicou os principais passos para começar a usar o Gemini e tirou dúvidas sobre aplicações nas atividades do dia a dia de defensores(as) e servidores(as).

O defensor público-geral lembrou que o resultado do investimento em recursos de tecnologias, a exemplo da inteligência artificial, depende também do investimento em capacitar as pessoas que utilizarão esses recursos. “É preciso engajar nosso público com a transformação digital. Apenas assim poderemos realmente saber se a inovação se reverte em benefícios para toda a população atendida”, destacou ele.

Metas

A partir do início de 2025, a DPE-PR colocará em prática um plano de transformação digital que envolve avanços em todos os setores da instituição. Desde o aprimoramento em processos de trabalho interno até o acesso da população aos serviços da Defensoria Pública. “A inteligência artificial é uma ferramenta poderosa, e nossa ideia é iniciar as pessoas para que, com o aprendizado, explorem suas possibilidades de aplicação”, explicou Nicholas Moura e Silva, defensor público e assessor especial de tecnologia e inovação.

Além dos objetivos vinculados a usos de IA, outras ferramentas também fazem parte do planejamento de inovação. É o caso do Data Lake, um repositório digital que armazena, processa e protege dados, que também será implementado a partir do ano que vem. O diretor de tecnologia e inovação, Fabio Alessandro Guerra, destacou que todo o processo de inovação requer também uma frente de trabalho na governança de dados, considerando o uso e tratamento seguro das informações. “Será um projeto audaz, mas que poderá levar a Defensoria Pública para um outro patamar em tecnologia, para intensificar a produtividade e fazer com que o usuário final sinta a melhora do serviço”, afirmou ele.

Durante o evento, os defensores públicos Rafael Miranda Santos e Rodolpho Mussel de Macedo compartilharam e demonstraram usos da inteligência artificial já presentes em suas rotinas de trabalho. No caso deles, a ferramenta é aplicada para otimizar a produção de petições judiciais e transcrever audiências, por exemplo. 

“A troca de experiências nos permite evoluir mais rápido no uso de inovações, então este momento foi fundamental para que nós consigamos resultados melhores com o trabalho realmente colaborativo”, disse Santos. Os dois defensores integram o laboratório de inovação da DPE-PR, grupo criado para debater as prioridades na área de inovação e boas práticas já desenvolvidas individualmente. Representantes da iniciativa, que envolve diferentes setores, também lançaram nesta sexta-feira um manifesto pela inovação na Defensoria Pública, um ato simbólico para engajar a comunidade interna com a transformação digital.

O lançamento do manifesto acompanhou também a publicação da política de uso interno da inteligência artificial. O objetivo da política é regulamentar a utilização com a perspectiva da segurança e responsabilidade sobre os dados fornecidos para a IA. Segundo o assessor especial de tecnologia e inovação, a implementação responsável de recursos de inteligência não pode perder de vista a criação de diretrizes internas que garantam proteção a todos os envolvidos.

Referência

Os avanços tecnológicos da instituição acompanham um movimento nacional liderado pelo Paraná. Em outubro, o Conselho Nacional das Defensoras e Defensores Públicos-Gerais (Condege) aprovou o plano estratégico de tecnologia apresentado por Matheus Munhoz, que ocupa também a coordenação nacional das Defensorias Públicas nesta área. O plano envolve a criação de um ecossistema para consulta nacional de atendimentos, disponibilização de iniciativas para replicação e desenvolvimento colaborativo, além de uma pesquisa nacional para mapear a realidade de investimento em inovação nas Defensorias Públicas.

Em 2025, Foz do Iguaçu receberá o primeiro congresso nacional de tecnologia do Condege. Clique aqui e saiba mais sobre o tema.

Premiação

Ainda durante o evento, a DPE-PR premiou os vencedores da primeira edição do desafio DPE-PR em Movimento. A ação buscou estimular a prática de exercícios físicos nas equipes da instituição.

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