Em alusão ao mês da Consciência Racial, o Núcleo de Promoção de Igualdade Étnico-Racial (NUPIER) da Defensoria Pública do Estado do Paraná (DPE-PR) realizou uma roda de conversa sobre racismo na juventude para cerca de 60 estudantes menores aprendizes da Associação de Ensino Social Profissionalizante (ESPRO) - entidade beneficente voltada à assistência social. A conversa englobou uma série de atividades, propostas pela associação, para sensibilizar os jovens sobre a importância de práticas antirracistas. A troca de experiências envolveu também a atuação da Defensoria no acolhimento de vítimas de racismo, atendimento a comunidades quilombolas e construção de políticas públicas. 

Estiveram presentes a equipe do NUPIER e a coordenadora do movimento Rede de Mulheres Negras do Paraná, Cleci da Cruz Martins. A abordagem de temas como racismo estrutural e multiversidade consideraram também o fato de a roda ser composta por estudantes no ensino médio. Por isso, a proposta foi trazer uma conversa a partir de exemplos que se conectam com o dia a dia dos jovens, desde a convivência na escola, primeiras experiências profissionais e até uso consciente das redes sociais,

A defensora pública e coordenadora do NUPIER, Camille Vieira da Costa, introduziu a conversa explicando conceitos básicos sobre negritude e mostrando a importância de todos e todas compreenderem as questões que implicam o racismo. “Esse problema é muito profundo, porque quando falamos de racismo, não o abordamos do ponto de vista individual, ele é um racismo institucional. Ele está dentro das dinâmicas das instituições”, afirma a defensora. “Esse problema faz parte de uma engrenagem, de uma tecnologia de micro agressões, que às vezes se passam despercebidas pelas pessoas, incluindo suas vítimas”. 

Analogias históricas foram apresentadas para dar contexto às situações de racismo sofridas atualmente pela comunidade afro-brasileira no país. A professora Cleici da Cruz ressaltou a importância da presença dos jovens na conversa para que práticas racistas sejam evitadas e contidas. “Para nós, enquanto movimento social, participar deste momento com a Defensoria é de extrema relevância que espaços públicos recebam ações como esta que buscam desconstruir estereótipos e o racismo na sociedade”, destacou Cruz.

O assessor jurídico do NUPIER, Dieikson Braian Ribeiro, lembrou que a missão institucional da Defensoria envolve a promoção da educação em direitos, ou seja, atuar para garantir que as populações conheçam seus direitos e possam exercer a cidadania de maneira plena, “Nesse diálogo com os jovens, promovendo o debate para eles já nesta idade, não apenas reforçamos nosso compromisso com a missão da Defensoria, mas também geramos uma reflexão para o futuro das próximas gerações”, disse o assessor.

NUPIER

O Núcleo de Promoção da Igualdade Étnico-Racial desenvolve atividades que buscam o combate à discriminação étnico-racial, manifestada tanto na forma de racismo estrutural como institucional, em parceria com a sociedade civil, instituições de ensino e com o próprio Poder Público.

A equipe atua tanto de forma judicial quanto extrajudicial, com enfoque na atuação coletiva, podendo, excepcionalmente, atuar em casos individuais de grande repercussão em conjunto com outros setores da Defensoria.

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Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra

Desde 2011, o dia 20 de novembro remete à morte de Zumbi dos Palmares, um dos símbolos mais importantes da resistência negra durante o período escravocrata no Brasil. Ele era líder do maior quilombo do país, com mais de 20 mil habitantes. A data foi proposta em 1971, pelo Grupo Palmares, fundado pelo intelectual Oliveira Silveira, em forma de oposição ao 13 de maio - data da abolição da escravatura.