Atuação em Rio Bonito do Iguaçu destaca importância dos servidores e servidoras da Defensoria 17/11/2025 - 15:47
Há uma semana, a Defensoria Pública do Estado do Paraná (DPE-PR) mantém de forma permanente a atuação de uma força-tarefa em Rio Bonito do Iguaçu. O tornado que destruiu 90% da cidade e desalojou famílias provocou também uma série de necessidades emergenciais que passaram a contar com o auxílio da Defensoria. Desde então, equipes de atendimento se integraram às demais instituições públicas e levaram para o município sua principal característica de atuação: o trabalho multidisciplinar, que engloba diferentes visões sobre as questões da população.
Já no domingo após o ocorrido, a DPE-PR reuniu servidores e servidoras de Curitiba e Guarapuava. No local, a equipe técnica da instituição se articulou com a assistência social de Rio Bonito do Iguaçu e municípios vizinhos para entender o planejamento de cadastramento das famílias afetadas e garantir a inserção da Defensoria nos fluxos.
“Em situações de calamidade pública, quando a vulnerabilidade social se intensifica, o Serviço Social tem papel essencial na garantia de direitos”, afirma Glaucia Oliveira, assistente social da Defensoria. “Sua atuação vai além do atendimento emergencial, abrangendo o acolhimento humanizado, a escuta qualificada e a articulação com redes de proteção visando uma resposta mais rápida e adaptada à situação momentânea”.
O trabalho da equipe técnica envolveu o levantamento de demandas jurídicas e sociais decorrentes do tornado: acesso emergencial a tratamentos de saúde, liberação de benefícios sociais, necessidade de renegociação de dívidas diante da perda de renda.
Além do atendimento centralizado na Van dos Direitos, que passou a permanecer nos arredores da sede provisória da prefeitura nesta segunda-feira (17), a Defensoria também tem percorrido casas, abrigos e hospitais em serviço de busca ativa. Na prática, o objetivo é garantir que todos e todas, mesmo aqueles que não conseguem buscar o atendimento, possam ter suas demandas acolhidas.
As primeiras certidões de nascimento perdidas durante o tornado, por exemplo, já foram entregues no abrigo da Casa de Líderes, em Laranjeiras do Sul. No entanto, as buscas ativas também são oportunidades de escuta da população. Esse trabalho é fundamental, como explica a psicóloga da DPE-PR Lethicia Gaidarji. “Só o fato de escutarmos as pessoas já faz diferença. As pessoas têm buscado necessidades emergenciais, sem muitos momentos para conversar com calma sobre o que aconteceu. Por isso, quando paramos para escutar, elas nos trazem gratidão”, destaca Gaidarji.
A psicóloga lembra que a Defensoria diariamente atende diferentes populações vulneráveis, o que permite aos servidores e servidoras experiência com demandas relacionadas a necessidades básicas e acesso a políticas públicas. Em Rio Bonito do Iguaçu, o trabalho da instituição também pode ajudar as famílias no momento de solicitar auxílios emergenciais, a exemplo dos recursos financeiros aprovados pelo Governo do Estado.
O trabalho no município também passou a contar com o apoio da equipe da Assessoria Especial de Mutirões de Atendimento (AEMA), com servidores e servidoras treinadas para oferecer o serviço em ações descentralizadas, inclusive em cidades sem sede da Defensoria, a exemplo de Rio Bonito do Iguaçu.
A assessora jurídica Giovanna Sara Ferreira da Silva lembra que, mesmo sem estrutura física e apropriada, o trabalho foi e está sendo fundamental, pois garante à população, em seu momento de maior fragilidade, o acesso imediato à justiça. “Além de profissional, a atuação nesse cenário é, sobretudo, um instinto humano”, afirma Silva.











