Voluntariado na Defensoria Pública; e por que não? 21/09/2017 - 15:50

O número de pessoas que atuam como voluntárias na Defensoria Pública do Paraná vem crescendo a cada dia. Desde que o serviço foi regulamentado, em 2015, muita gente tem buscado a modalidade como uma forma de aprimorar o currículo e entender melhor o funcionamento da DPPR. Atualmente, a instituição conta com cerca de 70 voluntários, distribuídos em diversas cidades do estado. Veja quais as condições para se tornar um voluntário na DPPR.

As áreas de atuação disponíveis para o voluntariado são: Direito, Serviço Social, Psicologia, Contabilidade, Administração, Engenharia e Informática, além de outras profissões que eventualmente se relacionam com as atividades da instituição. Mesmo sem serem remunerados, os interessados optam por prestar esse tipo de serviço, segundo eles próprios, para ganhar experiência e desenvolver na prática os conteúdos acadêmicos.

Segundo o defensor público Gabriel Lutz, da sede de Londrina, o voluntariado na Defensoria proporciona uma troca de experiências e conhecimentos entre defensores públicos e voluntários. “Eles agregam muita criatividade e energia à Defensoria, uma vez que, em regra, são pessoas que aspiram integrar a carreira. Isso beneficia o usuário da instituição com um trabalho cada vez mais qualitativo”, afirma. Gabriel supervisiona a atuação de alguns dos 20 estudantes que praticam o voluntariado na sede de Londrina, que registra o maior número de colaboradores dessa modalidade. 

Entre esses colaboradores estão as estudantes Bruna Perugini e Thais Gatti, ambas de 25 anos, e Bruna Esteves, 26, que são voluntárias desde maio deste ano. Elas atuam na área de Execução Penal e Infância Cível. Para Thais e Bruna Esteves, ser voluntária contribui para aprofundar o preparo para os concursos públicos. “Estudo para concurso de Defensoria Pública há dois anos. Durante os estudos, senti necessidade de entender melhor como funcionava a instituição na prática”, relata Bruna. “Quis ser voluntária para conhecer melhor a instituição e entender como funciona a atuação de um defensor público”, conta Thais. 

Bruna Perugini também quis ver de perto como é o trabalho diário na Defensoria. “Fazer parte de uma instituição que preza, sobretudo, pela inclusão e pelo tratamento igualitário entre os indivíduos tem sido enriquecedor, tanto no âmbito pessoal quanto profissional. Com certeza estou me tornado uma profissional mais empática e aprendido que, no Direito, não basta a aplicação mecânica do emaranhado de normas positivas, é necessário ter sensibilidade”, comenta.

Demanda

Para a defensora pública Francine Amorese, os voluntários têm grande importância no atendimento prestado pela Defensoria de Londrina, pois a demanda em algumas áreas é grande, especialmente na de Direito da Família. Além disso, o aprendizado obtido no trato com o público é uma experiência enriquecedora. “Os voluntários podem aprender muito em áreas específicas. Os que trabalham comigo aprendem bastante sobre questões jurídicas envolvendo a área da Família, tanto o direito material quanto também as questões processuais, além de conhecerem um pouco mais sobre o funcionamento do serviço na Defensoria Pública”, explica.  

De acordo com a voluntária Maria Caroline de Macedo e Neto, de 22 anos, o que a motivou a escolher o serviço voluntário foi a necessidade de aperfeiçoar o aprendizado obtido na faculdade. “Busco uma visão prática do Direito, a fim de exercitar o conteúdo teórico visto em sala de aula. Os benefícios provenientes do trabalho prestado ultrapassam o aspecto profissional, já que, além da elaboração de peças, acompanhamento de processos, pesquisas de jurisprudências, também nos é proporcionado um crescimento pessoal através do contato com a população nos atendimentos realizados”, avalia.

A assessora jurídica Fernanda dos Santos Paim, que supervisiona o serviço da voluntária Barbara Martini na sede da DPPR em Guarapuava, explica que as responsabilidades dos voluntários não diferem das exercidas pelos estagiários. “Eles têm a oportunidade de conferir na prática como elaborar as peças processuais, realizar o atendimento aos assistidos e acompanhar todos os atos processuais, o que facilitará em muito em seu aprendizado teórico, na escolha da sua futura carreira e na escolha das áreas de atuação”.

Na sede central da Defensoria, em Curitiba, o voluntário Hejus Ben Hur Oliveira Mello, de 27 anos, atua na esfera Cível. Ele começou como estagiário e recentemente aderiu ao serviço voluntário. “A atuação na Defensoria é muito importante para quem quer advogar. Fazer peça processual, concursos, aprender todo o trâmite do processo aqui. Acho que é muito importante, recomendo para qualquer um o estágio voluntário na Defensoria”, afirma o rapaz, que sonha em advogar e prestar concurso para defensor público.

 

Colaborou: Paola Fressato

 



As condições para se tornar voluntário na DPPR:

  • Ter mais de 18 anos; 
  • Se for homem, deve estar em dia com as obrigações militares; 
  • Estar em dia com as obrigações eleitorais; 
  • Se atuar na área jurídica, não poderá estar atuando concomitantemente na advocacia.

A inscrição será realizada pessoalmente no setor no qual o voluntário irá prestar os serviços, mediante preenchimento de termo de adesão e a entrega da seguinte documentação: xerox do RG e do CPF; 1 (uma) foto 3x4 recente; certidão de quitação eleitoral; comprovante de residência; comprovante de matrícula (declaração) ou cópia de conclusão do curso; currículo resumido; e certidão de dispensa de incorporação (se for do sexo masculino). Para mais informações sobre os setores da Defensoria Pública, o interessado poderá entrar em contato com o Departamento de Recursos Humanos através do número (41) 3219-7372.

As demais informações e a forma com que o voluntário irá prestar o serviço serão especificadas conforme os dias, horários e necessidades de cada sede da Defensoria, e também da disponibilidade do candidato. Acesse o site da Defensoria Pública do Paraná para mais informações sobre o voluntariado.

 

Texto atualizado em 22/09/2017, às 16h01min.
 


 

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