Visitas aos CRAS de Foz do Iguaçu revelam os desafios da DPPR 13/07/2015 - 13:00

A última semana foi de bastante trabalho para a Defensoria Pública em Foz do Iguaçu. Depois do lançamento da pedra fundamental da futura sede da instituição naquele município, a defensora pública-geral do Estado, Josiane Lupion, e os defensores públicos Lívia Martins Salomão Brodbeck, Matheus Cavalcanti Munhoz e Nicholas Moura e Silva visitaram todos os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), voltado à população em situação de rua, de Foz do Iguaçu para ouvir as demandas das comunidades em relação à assistência jurídica. As visitas revelaram que cada região precisa de uma atenção diferente da instituição.

No CRAS Sul, localizado no bairro Profilurb, a grande presença de professores e educadores levou o debate para a questão do acesso à educação. A vulnerabilidade social dos alunos torna o trabalho dos professores bastante difícil, já que precisam lidar com problemas como a pobreza, o abandono dos pais, encaminhamentos de adolescentes recém-saídos dos Centros de Socioeducação (Cense), além de todo o problema da violência de uma zona de fronteira internacional, como é o caso da cidade. Dentre as demandas na área jurídica, as principais queixas são na área de família, como pensão alimentícia e divórcio.

No CREAS de atenção especial à população em situação de rua, a visita contou com a presença de Beatriz Ribeiro, secretária da Assistência Social do município. A principal demanda da comunidade é em relação à falta de endereço do morador de rua, o que causa sérias dificuldades no acesso à justiça, uma vez que, muitas vezes, a condição para a liberdade de quem comete um delito é a comprovação de endereço fixo. A reunião terminou com um acordo de maior estreitamento das relações entre a rede de assistência social do município e a Defensoria.

No CRAS Leste, a presença de pessoas envolvidas no trabalho de assistência à pessoa idosa levou a conversa para questões como acesso à saúde, principalmente medicamentos, e casos de maus tratos e abandono. Nos demais CRAS, Norte e Nordeste, as principais queixas foram a falta de vagas em escolas e problemas de acesso à saúde. O Centro de Juventude do Jardim Naipi – que possui boa estrutura física, assim como o CREAS Pop e os CRAS Norte e Leste, recentemente reformados – não apresentou grandes demandas na área jurídica, mas na conversa foi levantada a questão de acesso ao local. O sistema de transporte público não tem possibilitado que a população de outras regiões tenha acessa ao Centro, que conta com grande área de lazer e atividades físicas voltadas a jovens e pessoas de outras idades.

Para a Defensoria, a atividade ajudou a aproximar a instituição das reais necessidades da população iguaçuense. Com as demandas, os defensores públicos pretendem estudar a melhor forma de atender cada região do município. A defensora pública-geral também se prontificou a levar as demandas ao governo estadual, para que, em conjunto, as instituições possam avançar em direção a um atendimento de alta qualidade à população da tríplice fronteira.

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