Semana Mundial de Aleitamento Materno acontece na primeira semana de agosto 01/08/2021 - 10:00

Entre os dias 1 e7 de agosto acontece a Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM), uma campanha global para aumentar a conscientização e estimular ações relacionadas ao aleitamento materno. A semana de conscientização foi escolhida para acontecer em agosto por ser o mês dedicado ao aleitamento materno (Agosto Dourado), que no Brasil foi instituído pela Lei nº 13.435/2.017 determinando que, no decorrer do mês de agosto, serão intensificadas ações intersetoriais de conscientização e esclarecimento sobre a importância da amamentação. 

O mês de agosto é conhecido como Agosto Dourado devido a cor dourada estar relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno. 

O tema da SMAM de 2021 é “Proteger a Amamentação: Uma Responsabilidade de Todos”. Durante esse período serão realizadas atividades que buscam promover o aleitamento exclusivo até o sexto mês de vida, se estendendo até os dois anos ou mais de idade. A SMAM está focada na sobrevivência, proteção e desenvolvimento da criança.

A data serve também como comemoração à Declaração de Innocenti de 1990, que  descreveu novos desafios que existem para uma alimentação ideal para a lactante e a criança pequena e sugere um caminho a seguir para assegurar o direito da criança a uma nutrição adequada.

O assunto da amamentação vem ganhando espaço e repercussão graças a ações como o da SMAM e do trabalho de pessoas que querem garantir às mães todos os direitos que elas possuem. 

Existem várias leis que tratam do tema da amamentação e alguns dispositivos da legislação trabalhista que regulamentam a amamentação para mulheres com vínculo empregatício. A defensora e coordenadora do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (NUDEM), Lívia Salomão Brodbeck, relata alguns desses direitos garantidos pela CLT. “Um exemplo dessa regulamentação é o art. 396 da CLT, que prevê que a mulher tenha direito a dois descansos especiais de meia hora cada um, para que possa amamentar seu filho, até que este complete 6 meses de idade. Além disso, a CLT ainda prevê que todo estabelecimento que empregue mais de trinta mulheres com mais de 16 anos de idade deverá ter local apropriado onde seja permitido à empregada guardar sob vigilância e assistência os seus filhos no período de amamentação”.

Ainda no ambiente de trabalho, as salas de amamentação em órgãos públicos e empresas privadas fazem parte de um espaço onde a mulher tem o direito de alimentar a criança com segurança. “As salas de amamentação proporcionam um local apropriado para a manutenção da produção de leite, também sendo um espaço para o alívio do desconforto das mamas que ingurgitam durante o longo período que passam no trabalho e garantem o armazenamento correto do leite materno para alimentação dos filhos dessas mulheres”, explica a Dra Lívia. 

Benefícios da amamentação

A amamentação é um dos momentos mais importantes na relação de uma mãe com seu filho. Ajuda a aumentar o laço afetivo entre mãe e filho, com grandes vantagens para ambos.

Para a mãe, o aleitamento materno diminui o sangramento no pós-parto, acelera a perda de peso e reduz a incidência de câncer de mama, ovário e endométrio. Segundo a médica Sofia Kruklis, o leite materno permite um melhor contato com a mãe desde o nascimento. "Ele é especificamente feito para o intestino do bebê, então permite uma melhor digestibilidade e diminui as cólicas; pode aumentar o desenvolvimento intelectual da criança; e diminui as chances de várias doenças e alergias. Ele tem todos os nutrientes que o bebê precisa, inclusive mudando parte de sua composição durante o dia e conforme o bebê vai crescendo”.

Outro aspecto notável em relação à amamentação é a diferença no processo de crescimento da criança que tomou leite materno para a que não tomou. “Já temos estudos que mostram que o leite materno ajuda os bebês a terem um crescimento mais adequado para a idade. Além disso, o leite humano causa menos sobrecarga para o rins, é melhor digerido (então causa menos cólicas), é menos alérgico, tem menos lactose (o que ajuda no processo de defecação), tem mais biodisponibilidade de ferro e mais fatores protetores pro bebê quando comparado ao leite de vaca. Ou seja, quando avaliando o crescimento e o desenvolvimento da criança, o mais recomendado sempre será o aleitamento materno exclusivo, principalmente nos primeiros 6 meses”, esclarece a médica.

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