Mais um ano de uma importante parceria entre a Defensoria Pública do Estado do Paraná (DPE-PR) e o campus do Instituto Federal do Paraná (IFPR) em Paranaguá chega ao fim, com a formatura de 63 Defensores e Defensoras de Direitos Humanos que, ao longo de 5 meses, participaram de três cursos ofertados pelas duas instituições - a Defensoria Pública da União também é colaboradora do projeto. 

Na última quarta-feira (15/12), formandos e formandas prestaram juramento em um evento marcado pela emoção. São alunos e alunas dos cursos de Defensoras Populares e de Operadores de Direitos Étnicos e Coletivos, este ultimo com duas turmas, a dos Ilhéus do Rio Paraná e a de Faxinalenses. Durante a formatura, uma das alunas chegou a mencionar que, antes do curso, sentia vergonha e não mencionava que fazia parte da comunidade de Ilhéus do Rio Paraná, mas que a experiência a empoderou e lhe fez sentir orgulho de ser quem é, assim como um sentimento de pertencimento àquele território.

O objetivo da iniciativa é formar pessoas capacitadas para reconhecer ofensas aos Direitos Humanos em suas comunidades, assim como replicar conhecimentos e orientações aos cidadãos e cidadãs sobre seus direitos, permitindo o acesso a equipamentos e serviços da rede de acolhimento e de proteção a grupos em situação de vulnerabilidade. 

São vários os temas abordados, e há tanto aulas teóricas quanto oficinas práticas, em que alunos e alunas precisam simular atendimentos e propor soluções para as violações de direitos apresentadas - por exemplo, o que fazer se uma defensora popular for procurada por uma vizinha que lhe pedir ajuda para sair de um relacionamento violento. Questões de gênero, racismo, direito à moradia, violência contra a mulher, intolerância religiosa e LGBTfobia foram alguns dos assuntos debatidos - e também houve aulas sobre seguridade social (assistência social, previdência social e saúde), equipamentos e serviços que fazem parte da rede de proteção à mulher vítima de violência e noções de processo judicial e organização comunitária.

Durante a pandemia, o curso sofreu adaptações e passou a ser online - um desafio, já que o público-alvo do curso é o mesmo que é atendido pela DPE-PR, ou seja, pessoas que muitas vezes enfrentam dificuldades para acessar a internet, obter um celular, ou arranjar tempo para participar das aulas devido aos compromissos com o trabalho - inclusive o trabalho doméstico. No entanto, apesar dos obstáculos, por meio da orientação e acolhimento de professores e professoras do IFPR, foi possível ir adiante e chegar à formatura. 

Defensores(as) e servidoras(es) da DPE-PR, a convite do coordenador dos cursos, Prof.º Dr. Roberto Martins de Souza, atuaram como professores(as) colaboradores(as): Antonio Vitor Barbosa de Almeida, Bruno Muller, Fabiola Parreira Camelo, Flora Vaz Cardoso Pinheiro, Francisco Marcelo Pimentel Ramos Filho, Bruno de Almeida Passadore, Leonardo de Aguiar Silveira, Lívia Brodbeck e Wisley Rodrigo dos Santos, assim como Taísa da Motta Oliveira (Assistente Social), Lethícia Gaidarji Silva e Marcela Ortolan (Psicólogas), Vanessa Fogaça Prateano (Assessora Jurídica) e Thiago Hoshino (Ouvidor Geral Externo da DPE-PR de 2019 a 2021). 

Também participaram como docentes o Defensor Público Federal João Juliano Josué Francisco, a Defensora Pública Federal Rita Cristina de Oliveira; a Delegada Maria Nysa Nanni, que atua no Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (NUCRIA) de Paranaguá; Giovane Matheus Camargo, docente do Instituto Superior do Litoral do Paraná (ISULPAR); Nilson Hideki Nishida, servidor da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA-PR), e Perla Galvão – Assistente Social do CRAS Vila Garcia, em Paranaguá.