Núcleos da Defensoria e EDEPAR recebem a Secretaria das Mulheres Catadoras do Paraná 11/04/2018 - 15:26
“Ser catadora de rua e puxar o carrinho é muito complicado. Você sofre muita humilhação, muito preconceito, ninguém te dá um banheiro, até água as pessoas não dão. Sou mulher e carrego 400, 500 kg, é bem humilhante. As pessoas não vêm você trabalhando, mas sim como uma lixeira. Você se sente invisível na sociedade”. (Maria José de Oliveira Santos, catadora de material reciclável)
Na última sexta-feira (06), os Núcleos da Cidadania e Direitos Humanos (NUCIDH), de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (Pró-mulher) e de Política Criminal e Execução Penal (NUPEP), juntos com a Escola da Defensoria Pública (EDEPAR), receberam um grupo de mulheres catadoras de material reciclável de Curitiba.
O encontro se originou através do movimento dos moradores em situação de rua, que já conhece o trabalho da Defensoria e transita por vários outros movimentos sociais. As mulheres catadoras de reciclável procuraram o movimento que intermediou esta primeira reunião, a qual tratou de uma associação que elas montaram, há cerca de 20 dias, a Secretaria das Mulheres Catadoras do Paraná.
As mulheres do projeto vieram pela primeira vez na Defensoria Pública e não conheciam o trabalho prestado pela instituição. “Foi um primeiro encontro que tivemos hoje, foi muito importante, elas não conheciam a Defensoria, não sabiam quais serviços eram ofertados aqui. Direito de família por exemplo, guarda, alimentos, violência doméstica e como ela se caracteriza, quem pode procurar e também mulheres que têm seus companheiros dentro do sistema carcerário”, explica a defensora coordenadora do NUCIDH, Cinthia Azevedo Santos.
As coordenadoras dos Núcleos explicaram, de primeiro momento, alguns dos serviços que a DPPR realiza e as mulheres presentes ficaram surpresas em saber, como uma delas, a Maria José de Oliveira Santos, de 45 anos. “Hoje ficou bem claro que nós temos que vir aqui na Defensoria buscar os nossos direitos, as mulheres que são agredidas ou que buscam a guarda da criança e pensão alimentícia. Tenho certeza que a gente vai ter informação correta do que a gente deve fazer ou não, vai ter alguém olhando por nós, então para mim foi muito bom”.
Agora, os Núcleos vão montar um outro projeto, juntos com a Escola da Defensoria, que vai começar no dia 26 de abril, às 13h30, na sede central da Defensoria Pública. Nesse dia, um grupo de 50 mulheres deve vir à instituição para que seja explicado a forma do atendimento realizado e os principais temas de atuação dos núcleos, como explica Cinthia Azevedo. “Nós vamos explicar como se faz o atendimento aqui, depois abordar os temas do direito de família, violência doméstica e execução penal, além de entregar cartilhas e vídeos autoexplicativos”.
Participaram da reunião a defensora coordenadora do NUCIDH, Cinthia Azevedo Santos, a defensora coordenadora do Pró-mulher, Eliana Lopes, a diretora da EDEPAR, Flávia Palazzi, estagiária de secretariado, Anne da Silva e as representantes da Secretaria das Mulheres Catadoras do Paraná.