O Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher – NUDEM vem se manifestar sobre o Setembro Amarelo, conhecido como o mês de conscientização e combate de suicídios de mulheres e homens.

       Falar de suicídio ainda é considerado tabu em nossa cultura, porém a invisibilização e o silêncio não ajudam na redução do número de casos.

       Evidência disso é o registro de 30 suicídios por dia no Brasil em 2017[i], o que mostra a ineficácia dos modelos de tratamento e prevenção ofertados atualmente, devendo a questão ser abordada como um problema de saúde pública.

       No Brasil, os cuidados com a saúde física se mostram maiores do que as preocupações com a saúde psicológica. Aponta-se que “a saúde mental permanece estigmatizada no Brasil e no mundo: nos casos em que há transtornos, a tendência é esconder ou ignorar o problema inclusive dentro da família”[ii].  

       Assim, no ano de 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria e o Conselho Federal de Medicina desenvolveram a campanha Setembro Amarelo visando a prevenção e conscientização sobre o suicídio.

       Destaca-se a população feminina, que representa 69% das tentativas de suicídio no Brasil[iii].

       E a população transgênera, notadamente as mulheres trans sofrem uma tragédia silenciosa[iv]. A modificação corporal por meio de cirurgias e hormônios podem afetar profundamente a pessoa, física e psicologicamente. Embora existam campanhas para prevenção do suicídio, não se tem dado atenção a taxa de tentativa que se encontra em 41% dessa população.

      Alguns dos sinais de alerta[v] são sentimentos de tristeza, ansiedade, vazio persistente, culpa, inutilidade, desamparo, fadiga, alteração da rotina, perda da vontade de viver, desmotivação para praticar coisas que geralmente gostava, uso abusivo de álcool e outras drogas, perturbação do sono e mudanças bruscas constantes de humor.

      É por estes motivos que o Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher da Defensoria Pública vem destacar essa data para conscientização e prevenção, devendo-se dar um enfoque de saúde pública ao tema.  

      Mulheres cis, transexuais, travestis, de orientação lésbica ou bissexual, enfim, todas sofrem, diante mesmo da historicidade da discriminação de gênero, diversos tipos de opressões e violências, que também podem contribuir para os sentimentos destrutivos à saúde mental.

     Você não está sozinha, procure ajuda profissional o mais rápido possível e ajude conhecidas com um ou mais dos sintomas descritos.

                                                                                                                     Eliana Tavares Paes Lopes                      

                                                                                                                      Coordenadora do NUDEM   

Referências: 

[1] AMÂNCIO, Thiago. Brasil registra 30 suicídios por dia; problema afeta mais idosos e índios. 2017. Disponível em < https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/09/1920489-brasil-registra-30-suicidios-por-dia-problema-afeta-mais-idosos-e-indios.shtml >

[1] VELOSO, Amanda Mont’Alvão. Depressão, tretas no Facebook, o outro que sempre incomoda: Por que é preciso falar de saúde mental. 2016. Disponível em < https://www.huffpostbrasil.com/2016/10/10/depressao-tretas-no-facebook-o-outro-que-sempre-incomoda-por_a_21699221/?utm_hp_ref=br-comportamento&ncid=fcbklnkbrhpmg00000004 >

[1] https://claudia.abril.com.br/saude/suicidio-brasil/. Acesso em 27.09.2018.

[1] BURÉGIO, Fátima. Tragédia silenciosa: Pesquisa revela a epidemia de suicídios entre transgêneros. 2015. Disponível em < https://ftimaburegio.jusbrasil.com.br/noticias/250747967/tragedia-silenciosa-pesquisa-revela-a-epidemia-de-suicidios-entre-transgeneros >

[1] Grande FM. Setembro amarelo: veja os sinais de alerta de suicídio e como prevenir. 2018. Disponível em < http://www.grandefm.com.br/noticias/saude/setembro-amarelo-veja-os-sinais-de-alerta-de-suicidio-e-como-prevenir >