Na sexta-feira (14), a defensora pública dra. Camile Vieira da Costa e o defensor público dr. Dezidério Machado Lima estiveram na Defensoria Pública da União, onde foi promovido um CineDebate, que apresentou o documentário “Interfaces do Racismo”. A ideia consiste em discutir o tema após a execução do vídeo. 

A defensora pública federal e coordenadora do grupo de políticas étnico-raciais na Defensoria Pública da União, dra. Rita Cristina de Oliveira, conta como surgiu o projeto e qual é o objetivo da campanha. “Ela já vem sendo desenvolvida, tem todo o trabalho de coleta de material e edição. É uma iniciativa do grupo de políticas étnico-raciais da DPU que visa a abertura de diálogo com a sociedade. O objetivo é justamente ampliar esse debate e fazer com que a população se conscientize da magnitude do racismo estrutural nas suas diversas interfaces que faz com que a sociedade de um modo geral seja permeada pelo racismo em todos os segmentos sociais.” 

O defensor público dr. Dezidério Machado Lima explica mais sobre o evento “é uma divulgação desse documentário que foi criado pela DPU e trata sobre a questão do racismo e suas vertentes. A ideia foi fazer uma espécie de Cine-Debate para mostrar os documentários e também para que os membros das carreiras jurídicas possam debater esse assunto que é muito importante”.

A defensora pública dr. Camile Vieira da Costa esclarece como a DPPR lida com o tema trabalhado no encontro. “A Defensoria Pública Estadual é comprometida com a defesa dos direitos humanos e também com a questão racial. Internamente é uma instituição que tem a política de cotas, isso é insuficiente, mas é um primeiro passo institucionalmente. Pensar esses marcadores de raça, de classe e de gênero é muito importante”.  

O professor, advogado e presidente do Instituto Luiz Gama, dr. Silvio Luiz de Almeida, palestrou na ocasião e destaca a importância de um evento como esse. “É um evento fundamental que visa discutir a questão do racismo no sistema de justiça brasileiro, especialmente pelos tempos de hoje que nós vivemos uma crise, não só econômica, mas uma crise civilizatória. Muitas das conquistas relacionadas aos direitos humanos foram colocadas em questão”.

O evento idealizado pela Defensoria Pública da União contou com a participação e o auxílio da Rede de Justiça pelos Direitos Humanos, o REJUDH-PR, um coletivo formado por profissionais da Defensoria Pública do Estado e da União, Ministério Público Estadual e Federal, do poder judiciário estadual e federal, delegados e outros membros das carreiras públicas jurídicas que atuam no estado do Paraná.

Participaram também da mesa de abertura e debate a juíza federal Tani Maria Wurster e a promotora de justiça do Estado do Paraná Ana Caroline Monteiro de Moraes.