Entrevista com Karollyne Nascimento, Ouvidora-Geral Externa da DPE-PR 27/07/2022 - 08:48

No dia 29 de julho, próxima sexta-feira, a Ouvidoria-Geral Externa da Defensoria Pública do Estado do Paraná (DPE-PR) completa 9 anos. Com mais de 30 mil atendimentos realizados nesse período, a Ouvidoria atua para melhorar o atendimento da DPE-PR, recebendo reclamações, sugestões e elogios, e tem como objetivo aumentar a participação da sociedade civil nos rumos do órgão. Em entrevista, Karollyne Nascimento, nossa atual Ouvidora-Geral Externa, nos conta um pouco sobre os principais desafios enfrentados e também as conquistas que obteve em seu mandato, que completa um ano em agosto, além das perspectivas para o futuro da Ouvidoria. Confira abaixo:

No final de agosto você vai completar o seu primeiro ano como Ouvidora-Geral. Quais foram os principais desafios enfrentados por sua gestão neste tempo?

Foi muito desafiador sair do sistema em que a gente estava, de total isolamento, e voltar para o [atendimento] presencial. Estar neste espaço fisicamente pela primeira vez, tendo que reaprender todo esse sistema [de atendimento] e reorganizar o andamento da Ouvidoria. Mas a gente foi ajustando a forma de atendimento, qual é a melhor forma de atender as pessoas nas demandas que elas trazem para nós.  Então, foi um desafio grande, mas, ao mesmo tempo, foi empolgante. Poder, além de ajudar as pessoas, fazer com que elas consigam ter, novamente, acesso a esse espaço, com que elas se sintam acolhidas. Afinal, esse é o propósito da Defensoria. 

Quais são os planos para o segundo ano de mandato?

Agora, os planos são fazer essa interlocução com o interior do estado, para aproximá-lo da Defensoria, ir aos municípios para que a gente entenda qual é a demanda onde a Defensoria não atua, ou a forma pela qual, de repente, ela poderia atuar e trazer a sociedade para dentro deste espaço. Temos projetos de pesquisas e questões que a gente quer levantar para entendermos, de fato, quem é esse público que chega aqui, quem não chega e por que não chega. Na nossa última pesquisa, questionamos o porquê de as pessoas que estão vivendo apenas de auxílio emergencial não estarem chegando aqui. As demandas de pessoas em situação de rua diminuíram, então, a gente quer entender isso. 

Como é o relacionamento da Ouvidoria com os movimentos sociais, com a sociedade civil? 

Tem sido muito bom. Temos bastante demanda e tem sido muito bacana que as pessoas busquem a gente. Eu estou sempre conversando com o pessoal, sempre colocando o serviço da Defensoria à disposição desses movimentos, fazendo com que eles entendam que eles podem e que eles devem buscar esse serviço.

Existem projetos da Ouvidoria que foram iniciados ou finalizados agora nesse período, com você como Ouvidora?

Nós fizemos o Mutirão de Retificação em parceria com o NUDEM [Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres] e com o NUCIDH [Núcleo da Cidadania e Direitos Humanos]. A proposta se deu porque era uma demanda grande que era atendida de forma individual. Nós vimos o sucesso que foi esse primeiro atendimento coletivo e agora estamos estendendo esse mutirão para o interior. Estamos planejando fazer em Maringá, Foz do Iguaçu, Guarapuava e Apucarana. Eu vou estar nas sedes dessas cidades para fazer, pessoalmente, o acolhimento dessas pessoas, sendo que o atendimento vai ser feito pela equipe da DPE-PR de cada sede. 

Você acompanha o Conselho Nacional de Ouvidorias de Defensorias Públicas (CNODP). Como você avalia a estruturação das Ouvidorias nas Defensorias Públicas estaduais do país? Como o Conselho tem atuado nessa frente?

Tem sido bem interessante. A previsão é que agora, se tudo der certo, até maio do ano que vem a gente consiga chegar a um número de 21 Ouvidorias Externas no país. Hoje, nós somos 15, sendo que são 27 Defensorias em todo o país, então, ainda faltam 12. No começo de junho, tivemos a posse da Dra. Maria Aparecida Lucca Caovilla como Ouvidora da Defensoria Pública de Santa Catarina, e nós já estamos conversando com as Defensorias Públicas do Amazonas, Minas Gerais, Amapá e Tocantins, que ainda não possuem ouvidorias

Quais os planos para o futuro da Ouvidoria da DPE-PR? 

A ideia é divulgar o serviço da Defensoria do Paraná por meio da Ouvidoria, colocando-a como um canal, uma ponte de acesso para o serviço da DPE-PR. Para a instituição se aproximar da sociedade, nós temos algumas ideias. Há a Ouvidoria Itinerante, que foi uma proposta que eu coloquei na minha candidatura, de ir pra rua, escutar as pessoas na rua, usando uma linguagem mais popular, mais inclusiva, para sair um pouco desse “juridiquês” por meio de panfletos. A forma de se colocar as informações ali tem que ser mais básica, pois a gente viu que muitas pessoas que responderam a nossa pesquisa não completaram o ensino fundamental.

 

 

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