Educação Infantil à distância, e agora? 25/08/2021 - 16:45

No início de 2020, surgiram notícias de que a Covid-19 se espalhava pelo mundo com graves consequências na saúde pública, na economia e também na educação, afetando o calendário e a qualidade do ensino. Distanciamento social, o que fazer? Como ficam as crianças da Educação Infantil? Como serão feitas as atividades individuais, coletivas e a interação em tempo real? Afinal, escolas foram fechadas, alunos em casa e conteúdo curricular deixado para trás.
Em meio a essa realidade difícil, profissionais da educação precisaram elaborar e implementar soluções de ensino remoto de maneira emergencial a fim de que os alunos não deixassem de estudar. Entretanto, esse método se tornou um grande desafio para todos os níveis escolares, mas principalmente para as turmas da educação infantil, já que crianças pequenas têm mais dificuldade em se adaptar às atividades a distância.
O defensor e coordenador do Núcleo da Infância e Juventude (NUDIJ), Bruno Müller Silva, explica quais são as estratégias para a educação, em especial nesse momento de crise. “Com a pandemia da Covid-19 surgiu uma urgência na revisão e adequação do atual modelo de educação, que, mais do que nunca, passou a ser mediada pela tecnologia e novos formatos que garantissem a aprendizagem significativa dos estudantes, ainda que na modalidade remota. Dados coletados através de uma pesquisa feita pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB), em 2020, demonstrou que as redes sociais foram a principal ferramenta utilizada para distribuir materiais e orientações nas escolas, provavelmente por já ser utilizada por professores, pais e alunos, sem necessidade de aprender a acessar uma nova plataforma”.
Visto que o uso da internet nesse período para promover atividades e aprendizagens é útil na intenção de manter os alunos ativos e vinculados ao ambiente escolar, algumas questões surgiram a respeito do ensino remoto para a educação infantil, pois a etapa escolar nessa faixa é vista como uma das fases mais importantes no processo da Educação brasileira. Além disso, substituir a presença dos estudantes nas salas de aula gera preocupação com as desigualdades.
“Ainda que mudem as circunstâncias, o maior desafio na educação continuará sendo o enfrentamento das desigualdades de estrutura escolar (especialmente a falta de oferta e acesso), além do aprendizado entre os alunos. A pandemia evidenciou essa questão, mas também pode servir como um exemplo de como a educação deve ser vislumbrada pelo poder público e pelo poder privado como um objetivo em comum de modo que visualizem o estudante para além de padrões generalizantes”, esclarece Bruno.
Para o defensor, o ensino deve significar conexão, não no sentido tecnológico como pensado inicialmente, mas na percepção de conectar alunos ao aprendizado. “Bem como seus familiares e profissionais da educação para que trabalhem como companheiros nesta missão de desenvolver métodos que desenvolvam o ensino teórico, mas também habilidades humanas e o crescimento de meninas e meninos sem perder a forma lúdica, leve e prazerosa”.
Hoje, especialmente, comemora-se o Dia Nacional da Educação Infantil, uma data importante que chama atenção para a necessidade de valorizar o ensino. Assim, a DPE-PR, como integrante do sistema de justiça, possui como uma de suas funções institucionais, promover, para todos e todas, o direito essencial à educação. “A instituição atua como um instrumento que, além de expressar esse direito fundamental, tem o dever de também garantir meios para sua aplicação, continuidade e proteção”, finaliza o coordenador do NUDIJ.