“Dialogando com as Redes”: DPE-PR e Unespar realizam seminário sobre letramento racial em União da Vitória 28/05/2024 - 16:31
A equipe da Defensoria Pública do Estado do Paraná em União da Vitória participou, nesta terça-feira (28/05), do I Seminário sobre Letramento Racial, Desafios e Possibilidades. O evento, organizado pela Defensoria e pela Universidade Estadual do Paraná (Unespar), aconteceu por meio do projeto “Dialogando com as Redes de Atendimento e os Movimentos Sociais - O combate ao racismo através do letramento racial”, da DPE-PR. O seminário contou com duas palestrantes que debateram sobre práticas antirracistas e a relevância do letramento racial na sociedade. Servidores e estagiários da Defensoria e estudantes da Unespar estiveram presentes no seminário, que ocorreu na própria sede da Universidade.
O projeto “Dialogando com as Redes de Atendimento e os Movimentos Sociais” é organizado pela Associação dos Servidores e Servidoras Públicas da Defensoria Pública do Paraná (Assedepar) e pela Escola da Defensoria Pública do Estado do Paraná (Edepar). O objetivo do projeto é discutir formas de enfrentar o racismo institucional e demais discriminações. O defensor público em União da Vitória Fabiano Augusto Malaghini ressalta que o seminário representa também a missão da Defensoria Pública ao assegurar a educação em direitos humanos.
“A instituição apoia e dá visibilidade ao combate a todas as formas de descriminação, sendo uma delas o racismo. Como forma de contribuir para um atendimento mais acessível, o projeto promove o letramento racial aos nossos servidores e estagiários”, comenta o defensor.
Uma das palestrantes que esteve presente no evento é a Bruna Andrade, professora, formada em História pela Unespar, integrante do Núcleo de Educação em Relações Étnico-Raciais (NERA) da Unespar e Mestre pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) com pesquisas focadas em identidade negra, rap e diáspora. Andrade conta que, por meio desse processo de reeducação racial, é possível reconhecer e questionar as injustiças, estereótipos e discriminações presentes na sociedade. ”Os impactos do letramento racial estão nas formas que enxergamos a racialidade enquanto uma esfera social importante para a compreensão de questões atuais e dos mecanismos que compõem a nossa sociedade, bem como o lugar que ocupamos”, diz.
Edição especial ‘Dialogando com as Redes de Atendimento e os Movimentos Sociais’, em Curitiba
Na última segunda-feira (27/05), o projeto realizou uma edição especial em Curitiba para mostrar sua relevância no enfrentamento às discriminações e contou com a parceria da Ouvidoria e do Núcleo da Cidadania e Direitos Humanos (Nucidh) da DPE-PR. Nesta edição, a roda de conversa foi composta por três representantes de movimentos sociais especialistas em sociologia, direitos humanos e cultura, na sede dos Núcleos Especializados da DPE-PR.
Leônio Araujo dos Santos Júnior, diretor da Edepar, ressalta o espaço que o “Dialogando com as Redes” está conquistando em várias sedes da instituição no estado. “A temática ‘O combate ao racismo através do letramento racial’ inaugura uma série de assuntos importantes que quem trabalha na Defensoria tem de saber para realizar um atendimento humanizado e acessível. O projeto traz esse enlace entre os movimentos sociais e a Defensoria Pública e, é tão importante que os movimentos sociais estejam presentes na instituição porque é com eles que a gente consegue criar fluxos de atendimento e beneficiar a população”, afirma Júnior.
Uma das integrantes da roda de conversa foi Patrícia Silveira da Silva, Mestra e Doutoranda em Direito e integrante do Núcleo de Criminologia e Política Criminal (PPGD/UFPR). Silva ressalta a importância do olhar interdisciplinar para motivar a atuação em favor da pluralidade da sociedade. “Eu acredito muito que o Direito possa ser usado como instrumento para buscar justiça social e racial, e a presença de movimentos sociais e atores da sociedade civil contribuem para trazer uma perspectiva diferente das habituais.”