Na última segunda-feira (11/09), foi realizado o evento “Resisto, logo existo – Saúde mental e autocuidado das mulheres travestis e transexuais privadas de liberdade”, voltado à população da Cadeia Pública de Rio Branco do Sul atendida pelo Projeto GTT (Gays, Travestis e Transexuais) da Defensoria Pública do Estado do Paraná (DPE-PR).

Cerca de 14 pessoas são atendidas pela DPE-PR em ações coletivas e individuais, com orientação jurídica e assistência extrajudicial, como a garantia do direito à saúde por meio do atendimento junto à rede do município. Durante o evento, as mulheres relataram as dificuldades enfrentadas em razão da discriminação que sofrem, e também manifestaram pedidos de melhorias para a unidade, como cursos de capacitação.

Na ocasião, a coordenadora do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (NUDEM), Mariana Nunes, e o coordenador do Núcleo da Cidadania e Direitos Humanos (NUCIDH), Antônio Vitor Barbosa de Almeida, fizeram um levantamento das mulheres que desejam fazer a retificação do nome social.

Também participaram do evento a Ouvidora-Geral Externa da DPE-PR, Karollyne Nascimento; e a psicóloga Jéssica Mendes.

“Esse evento foi muito simbólico e revela a importância da atuação da Defensoria Pública. A privação de liberdade acentua e agrava violações já experienciadas por essas pessoas fora das prisões. Trazer a pauta da saúde mental para dentro da cadeia pública e, principalmente, mobilizar a rede de proteção local para a necessidade de se pensar serviços que alcancem a população GTT encarcerada, convoca o poder público a exercer seu papel protetivo e dá voz àquelas(es) que foram sistematicamente silenciadas(os). Além disso, por meio dos Núcleos Especializados, a Defensoria tem se inserido naquele espaço como instrumento de resgate da cidadania e, por conseguinte, como dispositivo de atenção e cuidado”, avaliou a psicóloga.

A ação foi realizada pelo NUDEM, NUCIDH e Ouvidoria da DPE-PR, pelo Transgrupo Marcela Prado e pelo Grupo Dignidade, com apoio do Departamento Penitenciário do Paraná (DEPEN), do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Paraná (GMF-PR) e da Prefeitura de Rio Branco do Sul.