Na última sexta-feira (13), a sede da Defensoria Pública do Estado do Paraná (DPE-PR) em Cascavel realizou uma visita técnica no Abrigo Institucional para Mulheres em Situação de Violência no município. O objetivo da visita foi conhecer o local e realizar avaliação do projeto executado pela DPE-PR.

O Abrigo de Mulheres Vanussa Covatti é um serviço de acolhimento provisório para mulheres, acompanhadas ou não de seus filhos, em situação de risco de morte ou ameaça em razão da violência doméstica e familiar, causadora de lesão, sofrimento físico, sexual, psicológico ou dano moral.

Participaram da visita a assistente social da DPE-PR, Janaina Alves Teixeira e a defensora pública Amanda Louise Ribeiro da Luz. Na ocasião, a equipe foi recebida pela coordenadora de serviço Rosmeri Zimmermann.

De acordo com dados fornecidos pelo abrigo, até julho de 2021 foram acolhidas 123 pessoas entre mulheres e dependentes. No ano de 2019 passaram pela casa de acolhimento cerca de 254 pessoas, sendo 116 acolhidas e 138 dependentes. O local tem capacidade para atender até 20 pessoas simultaneamente.

Segundo a coordenadora do abrigo, as mulheres que são beneficiadas pelo projeto relatam a sensação de alívio ao serem acolhidas em um ambiente onde não há violência. “Muitas contam que se soubessem que existia um local tão acolhedor teriam saído de casa há mais tempo. As pessoas envolvidas no programa estão ali para ajudá-la em suas demandas; a sensação de poder dormir tranquila durante a noite sem o medo de ser agredida; o alívio por existir um acolhimento, possibilitando a elas sair de sua residência e ficar em um lugar tranquilo e seguro”. 

“A troca de experiências com as demais acolhidas também as fazem perceber que outras mulheres passam pelo mesmo problema e que também estão ali procurando dar um novo rumo para suas vidas, isto é, lutando por uma vida melhor para elas e seus filhos. Relatam também que no abrigo tiveram a oportunidade de repensar suas vidas e através das falas de empoderamento da equipe passam a perceber que existem outras possibilidades de romper com aquela relação abusiva e recomeçar uma vida com mais autonomia e sem violência”, conta Rosmeri Zimmermann.

Considerando a importância da abordagem integral e atuando sobre os diferentes aspectos e repercussões da vivência de violência no atendimento a mulheres em situação de acolhimento. A equipe técnica em atendimento deverá promover ações que respondam às necessidades das mulheres acolhidas. 

"Quando observamos a necessidade de encaminhamento para demandas jurídicas tais como: divórcio, ação de guarda e alimentos, dissolução de união estável, a equipe técnica faz o agendamento para triagem e posterior atendimento jurídico na DPE-PR. Anteriormente ao projeto não havia o fluxo direto entre o abrigo e Defensoria, o que demandava demora para resolver a demanda das acolhidas. O enfrentamento à violência contra a mulher exige o envolvimento de toda a rede de proteção a mulheres em situação de violência e a Defensoria é parte primordial dessa rede, contribuindo na propositura de ações correlatas à situação de violência”, explica a assistente social da instituição.