Ação da Defensoria em Ponta Grossa aproxima filhos de mães presas 24/05/2017 - 15:06

O Centro de Atendimento Multidisciplinar (CAM) da Defensoria Pública do Paraná em Ponta Grossa realizou, nos dias 10 e 11 de maio, uma visita especial de Dia das Mães às presas da Cadeia Pública Hildebrando de Souza. A atividade foi realizada em parceria com a direção da unidade prisional.
A iniciativa começou a ganhar forma em 17 de abril, quando a equipe multidisciplinar da Defensoria atendeu a todas as mulheres presas da Cadeia que possuíam filhos menores de idade. Neste dia, foi possível verificar quem havia ficado responsável pelas crianças depois da prisão da mãe, bem como coletar os dados para realizar o contato com estas pessoas. Foram atendidas cerca de 20 mulheres, das quais apenas duas recebiam visitas dos filhos. Assim, foi dado prioridade para o contato com as famílias que não realizavam visitas às mulheres.
O próximo passo foi iniciar o contato com os familiares, apresentando a possibilidade de realizar a visita especial. Graças à parceria com a Cadeia Pública, a visita não exigiu a confecção de carteirinha e, além disso, a revista dos familiares foi diferenciada, utilizando-se apenas o detector de metais e a máquina de raio x. No total, familiares de 8 mulheres se dispuseram a levar os filhos para visitar as mães. As visitas ocorreram em dois dias, conforme a disponibilidade dos familiares. A equipe do CAM esteve presente, auxiliando o pessoal da Cadeia Pública com a organização dos encontros.
Emocionante
“Foi muito emocionante. Havia uma mulher que estava há mais de três anos sem ver os filhos. Outra foi presa logo após o nascimento de seu bebê. Finalmente ambas tiveram a oportunidade de passar uma tarde com seus filhos. Percebemos que tornar a visita menos burocrática e fazer uma revista diferenciada permitiu que quem não consegue fazer as visitas rotineiramente pudessem fazê-la desta vez”, explica a assistente social Ana Letícia de França.
“O objetivo de promover um reencontro entre as famílias foi alcançado, e consideramos que é muito importante estimular momentos como esse para evitar a ruptura dos vínculos familiares. Infelizmente, não foi possível atender a todas as famílias, já que algumas não se disponibilizaram a ir para a visita pelos mais variados motivos, e com algumas não conseguimos contato. Entretanto, percebemos que, para aqueles que puderam participar, foi extremamente proveitoso, tanto para as mulheres quanto para as crianças”, afirma a psicóloga Patrícia Olbermann Duda.