25 de novembro: Dia internacional pela eliminação da violência contra as mulheres 25/11/2020 - 11:00

Mobilização traz visibilidade a tema que acomete mulheres do mundo todo.

Desde 1999, o dia 25 de novembro traz para o mundo a reflexão e conscientização sobre a eliminação da violência contra a mulher. A data, foi estabelecida em homenagem às irmãs Mirabal, conhecidas como Las Mariposas, que foram brutalmente assassinadas pelo ditador dominicano Trujillo, em 1966, na República Dominicana. Neste dia, as três irmãs, Patria, Minerva e Maria Teresa, voltavam de Puerto Plata, onde seus maridos estavam presos. Elas foram detidas na estrada e assassinadas por agentes do governo, que simularam um acidente.

As irmãs lutavam por soluções para problemas sociais de seu país e já haviam sido presas em outras ocasiões. Com o assassinato, houve um rechaço nacional e internacional que ocasionou na queda do ditador Rafael Leônidas Trujillo.

A data traz a necessidade de se falar sobre o problema da violência contra a mulher, que acomete países do mundo todo, sem distinguir cor, raça ou raça social. O “dia internacional pela eliminação da violência contra as mulheres” chama a atenção para os índices, ausência de registros e falta de informações.

No Brasil, o maior avanço dessa problemática, foi a aprovação da Lei Maria da Penha. Mas, infelizmente ela ainda não é o suficiente para inibir a prática da violência. 

Para a coordenadora do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (NUDEM), da Defensoria Pública do Estado do Paraná (DPE-PR), Lívia Brodbeck, a data mundial traz a oportunidade de tornar o tema ainda mais visível, mobilizando a sociedade a pensar políticas públicas que reduzam essa realidade. “O impacto é a médio e longo prazo, mas é importante colocar a visibilidade do problema e chamar a responsabilidade das autoridades do sistema de justiça, do poder executivo e legislativo para pensarem nessa pauta e em uma maneira de reduzi-la”, explica Lívia.

Segundo Lívia Brodbeck, a cultura da violência contra a mulher decorre do machismo, o que significa que, antes de se pensar em alternativas eficazes, é preciso pensar em educação para acabar com as diferenças de gênero e com o patriarcado que estabelece a superioridade masculina sobre a feminina.

Existem inúmeras formas de violência contra a mulher, a sexual, obstétrica, doméstica e familiar, psicológica, entre outras. Nenhuma delas é justificável, nem mesmo o uso de álcool e drogas são a causa, por mais que agravem o problema. De acordo com a coordenadora do NUDEM, é difícil até de saber qual é o tipo mais praticado, mas independente de qual seja ele, a violência não deveria existir. “A realidade é que a violência mata diariamente, estupra e faz com que mulheres sofram opressão desde o nascimento até o fim de suas vidas”, finaliza Lívia.

NUDEM
Para atender mulheres vítimas de violência, a DPE-PR conta com o Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (NUDEM), que atua não só judicialmente, mas também extrajudicialmente, garantindo que todos os direitos das mulheres estejam assegurados.

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