O auditório da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) ficou repleto de histórias de superação e conquista, nesta sexta-feira (23), com a posse de 56 servidores e servidoras aprovadas no III Concurso da Defensoria Pública do Estado do Paraná (DPE-PR). Dezenas de famílias, amigos e futuros colegas presentes no evento simbolizaram, segundo os(as) próprios(as) empossados(as), o resultado de anos de dedicação. Além da recompensa pelo esforço empreendido, fazer parte de uma instituição que atua todos os dias em prol da população mais vulnerável é motivo de orgulho para os(as) recém-chegados(as).

No caso de Cinthia Carla do Carmo Santos, a cerimônia materializou cinco anos de estudos em busca da aprovação. Interessada em ingressar em carreiras do sistema de justiça, ela deixou o trabalho em sala de aulas como professora para se dedicar aos concursos. Conheceu as Defensorias Públicas e se encantou. 

“A instituição é muito voltada para apoiar a comunidade e buscar auxílio para quem não tem, e sei que agora também é minha vez de contribuir com esse trabalho depois de tanto apoio que recebi da minha família”, contou ela. “Essa vitória também é deles”, diz Santos, ao lado do esposo e do filho, todos vindos de Goiás para o Paraná há dois anos. A partir de agora, ela atuará como técnica administrativa da DPE-PR em Curitiba. Tanto os setores administrativos quanto órgãos de atendimento receberão profissionais aprovados e aprovadas.

Já o novo servidor Bruno Oliveira estudou diariamente durante oito meses para a prova da Defensoria, mas o desejo de integrar os quadros da instituição já era aguardado antes mesmo de iniciar a preparação. “Meio paranaense, meio paulista”, segundo ele, Oliveira trabalhou no terceiro setor e, durante dez anos, trabalhou projetos voltados ao direito à moradia e aos direitos de crianças e adolescentes. “Isso também ajudou na minha escolha. Fazer parte de uma instituição que dá essa resposta à sociedade. Pra mim, essa decisão surgiu de uma reflexão também sobre a minha vocação”, ressaltou ele.

Responsabilidade

“É uma sensação de dever cumprido”, resumiu Bruna Zachow, nova analista que pela primeira vez atuará no serviço público. “Mas foi só uma parte. Agora é a segunda, que é trabalhar e poder ajudar nesse papel tão bonito feito pela Defensoria. É uma grande responsabilidade, sabemos quantas pessoas dependem desse serviço”. Gaúcha, ela e o marido não escondem a empolgação em morar em Curitiba e iniciar o trabalho. Assim como os demais recém-empossados, Zachow inicia na próxima segunda-feira (26) o curso preparatório aplicado pela Escola da Defensoria Pública do Estado do Paraná (EDEPAR). 

Pluralidade

A partir da entrada de aprovados e aprovadas no III concurso, a instituição ganhou mais diversidade dentre seus quadros. Pela primeira vez, o certame para servidores e servidoras incluiu cota, por exemplo, para pessoas trans. Maria Eduarda Dias Pereira, carioca, entrou por meio deste sistema. “A Defensoria Pública veio para atender os mais vulneráveis, e eu me considero uma pessoa atendida nesse concurso”, celebrou ela. “Eu, como mulher trans, sei que precisamos atender a diversidade do público que chega à Defensoria. E só podemos fazer isso com diversidade aqui dentro”, reforçou.

Solenidade

Dos 56 aprovados, estão 39 técnicos administrativos e 17 analistas que reforçarão os quadros da Defensoria em todas as áreas. A solenidade contou com a participação do defensor público-geral do Paraná, Matheus Munhoz, o chefe de gabinete, Pedro Piro Martins, da 2ª subdefensora pública-geral, Thaisa Oliveira, o corregedor-geral da DPE-PR, Henrique de Almeida Freire Gonçalves, o diretor da Escola da DPE-PR, Leônio de Araújo Santos, diretor de Pessoas, Daniel de Britto Aragão, do presidente da Associação dos Servidores e Servidoras Públicas da DPE-PR, Clodoaldo Porto Filho, a vice-presidenta da Associação dos Defensores e Defensoras Públicas do Paraná, Ingrid Lima Vieira, e a ouvidora-geral da DPE-PR, Karollyne Nascimento.