Na manhã desta terça-feira (28/06), Dia Internacional do Orgulho LGBTI+, a Defensoria Pública do Estado do Paraná (DPE-PR), por meio do Núcleo da Cidadania e Direitos Humanos (NUCIDH) e com o apoio da Escola da DPE-PR (EDEPAR), realizou a palestra "Luta LGBTI+ - Avanços, retrocessos e perspectivas futuras - abordagens políticas e sóciojurídicas". 

O evento contou com palestras presenciais de Léo Ribas, Ligia Ziggiotti de Oliveira e Dhyego Câmara de Araújo, além da participação virtual de Bruna Ravena Braga dos Santos, Daniel Carvalho Cardinali e Pâm Herrera. Em suas falas, as(os) palestrantes abordaram temas como a legislação voltada à população LGBTI+, a violência cometida contra essa população, especialmente contra mulheres lésbicas, os impactos da pandemia de Covid-19 e do cenário político para os direitos LGBTI, além de questões que afetam as pessoas intersexo. “O evento foi muito bem recebido, contando com um grupo de debatedores(as) muito qualificados(as). A Defensoria Pública deve, sempre que possível, investir em eventos que mesclem aspectos teóricos e práticos, para o enriquecimento das trocas de experiências", avaliou o defensor público coordenador do NUCIDH, Antonio Vitor Barbosa de Almeida.

O diretor da EDEPAR, Leônio Araújo dos Santos Júnior, destaca a importância de eventos como esse para a comunidade interna e externa da Defensoria Pública. Para ele, as celebrações do mês de junho lembram as lutas e avanços da população LGBTI+ e também o quanto ainda é necessário evoluir em matéria de atendimento, de tratamento e de cuidado com esse grupo ainda tão vulnerabilizado. “A ideia é que a gente amplie os eventos. Há, inclusive, o planejamento de um curso específico (voltado ao público interno da DPE-PR) de atendimento, de tratamento adequado, com respeito à população LGBT, o que faz com que nós, que não temos o conhecimento específico, às vezes, para lidar de forma adequada com determinados públicos, também possamos nos policiar e nos adequar para oferecer um melhor atendimento a essa população”.

A Ouvidora-Geral Externa da Defensoria Pública, Karollyne Nascimento, também falou, como Ouvidora e como mulher trans, sobre a importância de a Defensoria Pública abrir esse espaço de diálogo. “Pra gente, é um evento de extrema importância; falar dessa população tão estigmatizada, tão vulnerabilizada, que acaba muitas vezes não conseguindo ter acesso aos seus direitos. E ver a Defensoria acolhendo essa pauta, essa demanda, pra gente é muito significativo. A gente sabe que muitas vezes essas pessoas não conseguem nem sequer entender o seu direito de acesso a esses espaços, então, poder estar aqui hoje, dentro desse espaço garantidor de justiça e de direitos, pra gente, é de suma importância”, avalia Karollyne. 

Para ela, a oportunidade de falar abertamente sobre um assunto que ainda gera tanto ódio e polêmica é um grande passo da DPE-PR. “Como é importante a gente poder ver que a instituição tem acolhido esse tema! A gente tem podido falar abertamente, sem entraves, sem recusas, sem termos que nos limitar ao expressarmos as nossas existências. Então, poder estar falando aqui hoje, neste dia que historicamente tem uma importância tamanha para toda a nossa comunidade, de forma aberta, é excelente, é maravilhoso!”, completa.