No terceiro dia de atendimento em Rio Bonito do Iguaçu, a força-tarefa da Defensoria Pública do Estado do Paraná (DPE-PR) visitou familiares de duas das sete pessoas que morreram durante o tornado ocorrido na última sexta-feira (7). A instituição realizou busca ativa na região que concentra moradias fornecidas pela Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), a mais afetada do município.

Um dos moradores atendidos é Edno Dal Magro, 45 anos, sobrinho de uma das vítimas fatais e primo de uma pessoa hospitalizada. Ele e a família tiveram suas casas totalmente destruídas. Além de aguardarem informações do hospital sobre o estado de saúde do familiar, necessitam de apoio para acesso a auxílios sociais e benefícios previdenciários.

“Vocês aqui são anjos que recebemos em nossa cidade”, disse Edno. “Queremos nossa casa novamente, ver nossa cidade reconstruída, e só posso agradecer por toda a ajuda da Defensoria.”

A instituição também iniciou o acompanhamento do caso de Maria da Silva, 70 anos, que precisa de orientação para o acesso a tratamentos médicos.

“Consegui salvar apenas alguns itens. Agora é olhar pra frente, e todo apoio vai me ajudar muito”, contou. Ela recebeu atendimento da equipe multidisciplinar da Defensoria, composta por defensor público e psicóloga.

Centro de serviços

Em paralelo, a Van dos Direitos chegou à cidade e passou a atuar de forma integrada com outros serviços do Estado, na Paróquia Santo Antônio de Pádua. O local foi transformado em um centro de atendimento, reunindo a DPE-PR, Polícia Civil, Detran, Secretaria de Desenvolvimento Social e Família, Secretaria do Trabalho, além de órgãos municipais. No espaço também ocorre a distribuição de alimentos, roupas e demais doações.

A moradora Leideane Rodrigues, 44 anos, recebeu orientação na Van dos Direitos e agradeceu o auxílio para obter a segunda via de seus documentos pessoais, perdidos com a destruição da casa.

“Só pensei no meu filho quando tudo começou, em garantir que ele estivesse bem. O resto a gente dá um jeito agora”, disse. “O atendimento foi excelente. Senti acolhimento e a vontade real de nos ajudar.”

A 1ª subdefensora pública-geral, Lívia Brodbeck, esteve no local, acompanhou os atendimentos e se reuniu com autoridades para alinhar as estratégias de atuação integrada e os próximos passos da força-tarefa.

“Intensificamos nossa estrutura para garantir um atendimento melhor às famílias em situação de vulnerabilidade. Reforçamos nosso compromisso com a população, em uma ação conjunta com o Governo do Estado e o município”, afirmou Brodbeck.

Rio Bonito do Iguaçu ainda não possui uma sede ou posto avançado da DPE-PR, mas a Administração Superior da instituição definiu que o serviço permanecerá no município até que as necessidades básicas das famílias sejam atendidas.