No fim de semana, candidatos e candidatas realizaram 2ª fase do V Concurso para defensor(a) público(a) do Paraná  01/09/2024 - 15:58

Aconteceu, neste fim de semana, em Curitiba, a 2ª fase do V Concurso para defensor(a) público(a) da Defensoria Pública do Estado do Paraná (DPE-PR). No primeiro dia, compareceram 866 candidatos(as). No segundo, 851. As provas dissertativas foram aplicadas em dois locais na região central da capital. Neste fim de semana, os(as) candidatos(as) precisaram, no primeiro dia, fazer uma peça processual de Direito Processual Civil, além de responder questões dissertativas de Direito Civil, Direito do Consumidor, Direitos Humanos e Direito da Criança e do Adolescente. Neste domingo, foi necessário que fizessem uma peça processual de Direito Processual Penal e respondessem questões sobre Execução Penal e Criminologia. Eles e elas também precisaram responder questões de Direito Penal e Criminologia, Direito Processual Penal, Execução Penal e Direito Administrativo e Financeiro. Em breve, informações sobre a prova serão disponibilizadas nos sites da Fundação Universidade Empresa de Tecnologia e Ciências (Fundatec), que organiza o concurso, e da DPE-PR.

A 1ª subdefensora pública-geral, Lívia Martins Salomão Brodbeck e Silva, acompanhou a realização das provas neste domingo, desde a chegada dos(as) candidatos(as) até a conferência das provas.”Tudo ocorreu de forma regular, conforme o planejado. Nossa ideia é finalizar em breve este concurso para que possamos trazer novos e novas colegas à instituição. Será fundamental para ampliar o serviço prestado à população paranaense”, destacou Silva. Ela reforçou o pedido para que todos e todas acompanhem os próximos passos por meio dos canais oficiais do concurso. O defensor público e presidente da Associação das Defensoras e Defensores Públicos do Estado do Paraná (Adepar), Erick Lé Ferreira Palazzi, também esteve presente.

No sábado, os trabalhos foram acompanhados pelo chefe de gabinete da Defensoria Pública, Pedro Piro Martins. “Foi um momento importante do V concurso. Nós, da DPE-PR, estamos muito felizes por atravessar essa etapa do certame, ocorrendo tudo dentro da normalidade e do esperado. O concurso mostra a preocupação e o planejamento da instituição em ampliar seus quadros, avançar cada vez mais nos serviços de assistência jurídica gratuita para a população que mais precisa no Paraná”, afirmou Martins.

Além da diversidade regional característica nos concursos públicos, o V concurso também busca aumentar a inclusão por meio de políticas afirmativas. Pela primeira vez, há reserva de vagas para pessoas trans e pessoas indígenas. O certame ainda disponibiliza cotas para pessoas com deficiência e pessoas negras.

Dayane Lacerda, 36 anos, é uma mulher negra, moradora da cidade do Rio de Janeiro, que veio à Curitiba para conquistar o sonho de entrar na Defensoria Pública. Atualmente, ela trabalha como assessora jurídica do Ministério Público na capital fluminense. “A expectativa está a mil. Estamos tentando acalmar o coração. A minha história com a Defensoria começou quando fui fazer estágio na Defensoria do Rio, onde fiquei dois anos. Senti que era a minha casa. Me formei tem um ano e fui trabalhar no MP, mas eu estou há um ano estudando especificamente para cargo membra da defensoria”, contou. 

O sonho de Lacerda é compartilhado pelos demais candidatos, como os advogados Diego Luiz Godoy Assis Pereira, 28 anos, e Ana Flávia da Silva Souza, 26 anos, moradores de Foz do Iguaçu e Carlópolis, respectivamente, cidades da região Oeste e Norte do Paraná.  

Pereira carrega a bandeira das pessoas com deficiência. Com o cordão de quebra-cabeças no pescoço, identificação de pessoas transtorno do espectro autista, ele deseja deixar a advocacia criminal para trás para um dia trabalhar no Núcleo de Política Criminal e de Execução Penal da DPE-PR (NUPEP). 

“Sempre estudei muito para a Defensoria Pública. Senti muita emoção quando vi meu nome aprovado na primeira fase. A prova da Defensoria é sempre puxada. Espero ser aprovado e voltar a dar entrevista para vocês de novo. Se tomar posse como defensor, se deus ajudar porque minha parte eu fiz, quero contribuir para uma sociedade mais justa, humana, principalmente para pessoas com autismo, pessoas com deficiência”, afirmou. 

Já para a moradora de Carlópolis, o desejo de estar nos quadros da DPE-PR vem desde os tempos em que frequentava as cadeiras de Direito da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). “Eu assistia palestras dos defensores (as) que iam à universidade. Já era apaixonada e me imaginava no meio da instituição”, contou. Na avaliação dela, o desafio maior da 2ª fase foi lidar com o emocional e com o ineditismo do momento na sua vida de concurseira. 

“Lidar com o emocional é o grande desafio, é o principal. Nós temos que colocar em prática tudo aquilo que estudamos em poucas horas. Tive que virar a chave porque passei para a segunda fase pela primeira vez”, comentou ela. 

O diretor da Escola da Defensoria Pública do Paraná (Edepar), Leônio Araújo dos Santos Júnior, também esteve presente no primeiro dia de prova neste fim de semana. “Estamos na esperança de selecionar ótimos profissionais para a DPE-PR com esse concurso. Todos e todas passaram por um processo de estudos muito rigoroso. Como diretor da escola, posso dizer que teremos um curso de formação excelente para receber todos e todas que estiverem aptos a ingressar na instituição”, disse.

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