Defensoria Pública do Paraná atende 61 famílias vítimas de inundações em Bandeirantes, no norte do estado 10/03/2023 - 17:00

A Defensoria Pública do Estado do Paraná (DPE-PR) atendeu 61 famílias vítimas do transbordamento de uma barragem na zona rural e de uma tromba d’água no Ribeirão das Antas que acabaram inundando a área urbana da cidade de Bandeirantes, no último fim de semana. A equipe da Assessoria de Projetos Especiais (APE) da DPE-PR está no município desde terça-feira (07/03) para prestar assistência jurídica gratuita às famílias - os serviços envolvem auxiliar na obtenção da 2.ª via de documentos perdidos nas inundações e para que essas famílias tenham acesso ao benefício do aluguel social e assim tenham garantido um novo local para moradia. O trabalho tem sido realizado em conjunto com a Prefeitura de Bandeirantes, que está localizada no norte do estado.

“Nós, da Defensoria, fizemos o acolhimento da população, o primeiro atendimento para formalização dos pedidos e, para desburocratizar o recebimento do auxílio do aluguel social pela população atingida, acordamos com a Prefeitura de fazermos o encaminhamento da documentação necessária para o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do município. As principais demandas foram de pessoas que perderam tudo, inclusive a própria casa. Recebemos também demandas indenizatórias em razão de perdas de bens móveis, instrumentos de trabalho, entre outras demandas”, contou a assessora jurídica Bruna Abdalla, que, além do trabalho em Bandeirantes, também atua no posto avançado da instituição na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), em Curitiba. 

Também estiveram presentes durante a semana a 1ª Subdefensora Pública-Geral do Paraná, Olenka Lins e Silva, o defensor público Matheus Munhoz, que coordena a equipe que se deslocou do posto da ALEP até Bandeirantes; as defensoras públicas Aline Bastos e Raíssa Dias Zaia, que atuam em Cornélio Procópio; a assessora jurídica Giovanna Dalledone, que atua no posto avançado da DPE-PR na ALEP, e o psicólogo Luã Dantas, servidor da sede de Cornélio Procópio.

Três usuários(as) da Defensoria já estão em uma casa nova, como Lucélia Curitibano Goularte, 45 anos, dona de uma história que retrata o que aconteceu com a maioria das 270 famílias - cerca de mil pessoas - atingidas. “Nós ficamos em cima do telhado do vizinho. A hora em que a casa dele começou a cair, saímos pela escavadeira. Quando se está nessa situação, tudo demora uma eternidade, mas havia pessoas ajudando. Eu desmaiei e não vi mais nada. Mas o atendimento feito com vocês, agora, foi Deus que mandou. Depois de 35 anos sofrendo, nós vamos sair daqui”, contou ela à equipe da Defensoria. 

Desde a última terça, a pedido do Defensor Público-Geral do Paraná, André Giamberardino, profissionais de várias áreas que atuam na sede da Defensoria em Cornélio Procópio e também em Curitiba se deslocaram para organizar a estrutura local necessária para a acomodação das equipes e das famílias que receberiam o primeiro atendimento. “Nós vimos a necessidade de mobilizar um grupo de profissionais da instituição para ir até Bandeirantes e ajudar as vítimas. As equipes identificaram as principais demandas e logo começaram a atender com todo o apoio da prefeitura local”, afirmou Giamberardino.

Durante a semana, a 1.ª Subdefensora Pública-Geral Olenka LIns e Silva e o defensor público Matheus Munhoz acompanharam a sanção, pelo prefeito Jaelson Ramalho Matta, de um projeto de lei da Câmara Municipal aprovado na última segunda-feira (06/03) que cria o benefício do Aluguel Social no município. Após o atendimento de demandas básicas, como acesso a um abrigo, a água potável e à alimentação, o trabalho continua para o acompanhamento de questões estruturais. O Núcleo Itinerante das Questões Fundiárias e Urbanísticas (NUFURB), interinamente coordenado pela defensora pública Olenka Lins e Silva, acompanha de perto o problema do acesso à moradia. “O Núcleo seguirá o monitoramento da situação porque, em casos como esse, é necessário garantir moradias dignas a essas pessoas e garantir serviços básicos como acesso a água potável, roupas e alimentação”, disse ela.

 

 

GALERIA DE IMAGENS