29 de Outubro: Dia Nacional do Livro 29/10/2020 - 15:10

Data mostra o desafio de voltar a atenção para livros em meio a tantas opções tecnológicas.

Comemorar o Dia Nacional da Leitura torna-se um desafio diante de tempos onde as informações estão praticamente em uma única tela. A data, comemorada no dia 29 de outubro, foi escolhida devido à fundação da Biblioteca Nacional, em 1810, quando os primeiros livros foram disponibilizados pela Família Real Portuguesa, junto a mapas, medalhas e moedas.

Entre os sessenta mil objetos doados, estava a primeira edição da obra “Os Lusíadas”, de Luis Vaz de Camões. Hoje, a Biblioteca Nacional, que fica no centro do Rio de Janeiro, é considerada pela UNESCO a maior da América Latina, com 9 milhões de itens, ficando também entre as dez maiores do mundo.

Os livros são responsáveis pela aprendizagem humana. O hábito de ler auxilia na escrita, no vocabulário e na imaginação. Com a leitura, somos transportados para vários lugares. Temos ideias. Conhecemos realidades diferentes. 

O defensor público-geral do Estado do Paraná (DPG) , dr Eduardo Abraão, atribui à leitura a missão fundamental de formar um cidadão, desenvolvendo nele a capacidade de pensar, articular ideias e agir. “Assim, o cidadão que lê, consequentemente compreende mais sobre um determinado tema, o que abala o mundo das certezas, combate o conformismo e qualquer tipo de escravização às ideias impostas, assumindo assim também um papel de fundamental importância para a evolução da sociedade em que está inserido”, explica ele.

Infelizmente, os brasileiros não se dedicam à leitura com tanto afinco. O estudo “Retratos da Leitura no Brasil”, do Instituto Pró-Livro, mostra que 25% dos leitores têm na faixa de 5 e 17 anos, o que compreende o período escolar. A pesquisa também mostra que o brasileiro lê no máximo quatro livros por ano, sendo que dois deles não são lidos até o final.

Com o avanço da tecnologia, as obras podem ser baixadas em tablets, celulares e computadores, facilitando o acesso à leitura. Porém, com tantas opções disponíveis, os livros acabam sendo a última escolha, perdendo espaço para as redes sociais e os sites de notícias. Comprar um livro físico para folhear também não é uma escolha frequente, é só para quem ama coleciona-los e ainda não se adaptou com as telas digitais.“As novas estruturas textuais inseridas em nosso cotidiano podem ser integradas com as formas tradicionais de acesso à informação, entretanto deve-se buscar sempre o desenvolvimento humano, bem como configurações que incentivem o gosto e prazer pela leitura”, comenta o DPG.

Aliás, o prazer pela leitura faz parte da história de vida e formação do defensor público-geral. Natural de Taubaté, São Paulo, terra de Monteiro Lobato, Eduardo cresceu “junto” aos personagens mais famosos da literatura infantil brasileira, fazendo com que ele descobrisse o amor pela leitura e sustentando-se nela para alcançar seus objetivos profissionais, até tornar-se defensor público-geral do Estado do Paraná. “A leitura liberta, emancipa e é uma das mais vigorosas ferramentas de fortalecimento da cidadania. Assim, em um país onde o analfabetismo infelizmente ainda apresenta índices consideráveis, o que reflete a exclusão social promovida no passado, o investimento em educação e o estímulo pela leitura são premissas básicas de uma sociedade capaz de reivindicar seus direitos e de, tendo maior consciência sobre eles, discutir e implementar as mudanças necessárias para um mundo cada vez melhor”, finaliza o DPG.

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