“Meu Nome, Meu Direito” foi realizado em oito cidades do Paraná nesta semana 12/04/2024 - 10:01

“É uma sensação muito incrível, porque como o título do mutirão diz, ‘meu nome, meu direito’. É um direito muito significativo para gente que é trans. E poder fazer isso de forma totalmente gratuita também é algo importante. A retificação permite que a gente se identifique, se sinta mais livre. Acho que a palavra que resume é liberdade mesmo. Vai ser libertador poder ter o meu documento com o meu nome: eu realmente me chamo Rafael”.

Rafael da Silva, de 21 anos, é uma das mais de 150 pessoas atendidas no mutirão “Meu Nome, Meu Direito", realizado pela Defensoria Pública do Estado do Paraná (DPE-PR), na tarde de quinta-feira (11) em oito cidades. Na ocasião, mulheres travestis e transexuais, homens transexuais e pessoas não binárias que desejam realizar a retificação de prenome e gênero receberam orientações das equipes da DPE-PR nas cidades de Apucarana, Cascavel, Curitiba, Foz do Iguaçu, Londrina, Maringá, Paranaguá e Ponta Grossa.

No norte do estado, a cidade de Apucarana recebeu pela primeira vez o mutirão. O produtor Luccas Brandon, de 26 anos, relata que onde quer que fosse, se sentia estranho. “Eu sempre tinha que usar o nome que não me identificava e essa ação da Defensoria vai mudar muita coisa na minha vida, porque vou conseguir ter meu nome verdadeiro”.

O mutirão foi organizado pelos Núcleos de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres (NUDEM) e da Cidadania e Direitos Humanos (NUCIDH) em parceria com a Ouvidoria da DPE-PR e com o apoio da Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Com a ação de hoje, já foram realizadas 19 edições do “Meu Nome, Meu Direito" em oito cidades do estado, que, juntas, já alcançaram mais de 800 pessoas.

“É com imensa alegria que a gente consegue estabelecer um mutirão simultâneo de retificação de prenome e gênero, acontecendo ao mesmo tempo em oito cidades do estado do Paraná. Ficamos muito felizes, porque trata-se de uma política que vem se consolidando na Defensoria Pública para a sua permanência como projeto da própria instituição, reconhecido pela Secretaria LGBT do Ministério de Direitos Humanos do Governo Federal, parceira neste grande evento. Pudemos, assim, estreitar diálogos, que auxiliam na construção de políticas públicas em nível nacional”, avaliou Antonio Vitor Barbosa de Almeida, defensor público e coordenador do NUCIDH.

“Foi um trabalho árduo, um trabalho magnífico. A gente só tem a agradecer às pessoas que estiveram empenhadas nesse trabalho e dizer que esse número expressivo de pessoas atendidas já diz muito da importância do serviço da Defensoria no acesso a essa demanda”, agradeceu a ouvidora da DPE-PR, Karollyne Nascimento.

 

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